domingo, 31 de outubro de 2010

Poesia do Arrependimento

O vento não sopra hoje

O vento esbraveja sua fúria

O vento levanta meu vestido

O vento me cobre toda.

Sinto minha perna bamba

Sinto uma aflição no peito

Sinto uma coisa estranha

Sinto não sentir muito.

Vejo o belo sol se escondendo

Vejo muitas nuvens no céu

Vejo a chuva chegando

Vejo caindo do céu.

Antecipo minha dor

Antecipo meu sofrimento

Antecipo a luta interna

Antecipo meu tormento.

Como pode alguém viver?

Como pode alguém amar?

Como pode alguém desejar?

Como pode assim se entregar?

Chove

Chove

Chove

Chove.

A água banha tudo

A água limpa o mundo

A água aprisiona o calor

A água molha meu corpo.

Queria o sono dos justos

Queria a serenidade do outono

Queria a lucidez de um velho sábio

Queria a simplicidade de uma pequena flor.

Espero não ter tempo

Espero não ser chata

Espero não querer mais nada

Espero não esperar mais.

Desejo ser mais e melhor

Desejo ser mais paciente

Desejo falar menos

Desejo ouvir mais.

Princípio, meio, fim

Atos, re-atos, recatos

Mania, companhia, revelia

Espera, desejo, gracejo.

Não quero mais viver

Não quero mais sofrer

Não quero mais correr

Não quero mais querer.

O fim nem sempre é o fim.

O fim pode ser um começo

O fim pode ser o recomeço

O fim é só um fim.

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