Já
faz algum tempo que o rito de passagem de um ano para o outro não me encanta
mais. Ano velho, ano novo, parecem mais metáforas do que algo real. O que
esperar do ano que ainda não começou? Será que a repetição dos meses e dias não
serão os mesmos?
A maioria das pessoas faz promessas que nunca
vão cumprir. Ano após ano, as pessoas preferem esperar um milagre que torne a
vida mais fácil, que faça com que seus sonhos se realizem, do que investir e
lutar para obterem suas conquistas. Não estou dizendo que milagres não acontecem,
mas somente esperar não adianta, precisamos rever nossos conceitos diariamente,
rever nossas opiniões e trabalhar duro pra que nossos sonhos se realizem, para
sermos melhores do que éramos.
Não
posso dizer que o ano que está findando tenha sido ruim ou bom. Foi um ano de
muitas lutas, muitas conquistas... Um ano montanha russa, do mesmo modo que os anos anteriores. Em 2012, casei, engravidei e recebi de Deus o presente de uma
filha linda. Comecei a pós-graduação tão desejada. Tive que mudar várias vezes
meus planos no trabalho por conta de uma série de fatos, muitas vezes inerente
a minha vontade. Meus filhos conseguiram entrar em boas escolas públicas. O que
mais eu poderia esperar?
O
próximo ano trará consigo uma série de novos desafios, lutas e vitórias. Como
numa roda gigante, haverá momentos bons e ruins, momentos de altos e baixos. Em
2013 pretendo realizar muitos novos sonhos: um curso de alfabetização de
crianças, talvez iniciar meu pré-projeto de mestrado, estar mais próxima dos
meus filhos... Enfim, palavras que serão pequenas se eu não transformá-las em
ações.
Assim,
termina o ano de 2012 e se inicia o ano de 2013, com todos os mesmos dias,
meses e anos se repetindo numa sincronia infinita... Ou até que a humanidade
resolva mudar sua forma de contar o tempo.
Pra
terminar, desejo a todos os amigos e não amigos, uma boa virada de ano. Que no
próximo ano possam desfrutar de novos desafios, nossas propostas de caminhos,
novas realizações.
MODINHA
Cecília Meireles
Tuas palavras antigas
deixe-as todas, deixe-as,
junto com as minhas
cantigas,
desenhadas nas areias.
Tantos sóis e tantas luas
brilharam sobre essas
linhas,
das cantigas – que eram
suas –
das palavras – que eram
minhas!
O mar, de língua sonora,
sabe o presente e o
passado.
Canta o que é meu, vai-se
embora:
que o resto é pouco e
apagado.